O “Método Pedagogizador” se resume a instruir, reproduzir
um tipo de conhecimento que não é relevante para as reais necessidades do
aluno. A ciência a ser ensinada significa submeter os conteúdos científicos a
objetivos explícitos de cunho ético, filosófico, político, que darão uma
determinada direção (intencionalidade) ao trabalho com a disciplina e a formas
organizadas do ensino. Nesse sentido, converter a ciência em matéria de ensino,
é colocar parâmetros pedagógico-didáticos na docência da disciplina, ou seja,
juntar os elementos lógico-científicos da disciplina com os
político-ideológicos, éticos.
A Teoria
da Ação Comunicativa concebe o espaço da escola como o lugar de exercitar a
intersubjetividade entre aluno/professor/escola/família e comunidade, com o
intuito de discutir os rumos da sociedade – indivíduo como sujeito e ator
social, que reflete sobre os problemas da sociedade, interpreta, participam,
dialoga, enfim, luta por interesses comuns.
O modelo de educação calcado na intersubjetividade (conciliação de dois
mundos – o do sistema e o da vida) é o mais apto para a construção de pessoas
realmente esclarecidas, criativas e autônomas.
O Método Pedagogizador, é uma postura educacional que visa
atender o mercado, formando indivíduos de forma mais tecnocrática, onde o
sujeito (o aluno) é tratado como um objeto a ser conhecido e treinado para
atender as exigências do mercado. Dessa maneira, a educação se torna uma
ferramenta para formar seres mais preparados tecnicamente, porém, não se
preocupa com a formação do cidadão consciente e preparado para se posicionar
frentes aos problemas e questões da vida em comunidade, em sociedade.
Uma educação guiada pela intersubjetividade tem em vista a
valorização social, política, econômica e ética. Assim, a prática da
intersubjetividade no campo da educação supera o modelo “pedagogizador” ao
tornar indivíduos mais livres, autônomos, capazes de avaliar seus atos à luz
dos conhecimentos, à luz das normas sociais legítimas, tendo propósitos lúcidos
e sinceros, abertos à crítica.
No Brasil, os desafios são imensos, porém contornáveis mediante de
políticas educacionais adequadas, cujo maior obstáculo é a escola
“pedagogizadora”. Há certas transformações sociais que só ocorrerão por meio da
educação construtora de sujeitos capazes e não apenas capacitados, autônomos e
não apenas treinados, qualificados para a ação e não apenas para o exercício.
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